quarta-feira, fevereiro 05, 2014

Sós só seus

Seu instante insiste...Triste.
Você nem me procurou,não quis saber do meu dia nem de como me roubou a alegria desde que te reencontrei. Não quer saber do fim da minha calma, que já não era lá essas coisas, e que parece ter se mudado pras suas noites de sono inabaláveis, sem mim.

Seu instante insiste...Minha cabeça não desiste.
Queria poder enterrar as toda as imagens, todo clichê que já rabisquei pra você. De que adianta escrever sobre o que já não faz mais parte de mim? Não procuro saber de você, já sei das suas verdades. Só repasso teus passos "bêbados" pelo escuro do quarto, todo desajeitado, pra buscar meu copo d'água. O passado só é o melhor lugar pra quem tem pena de morte, e pelo visto só minha memória não deu essa sorte. Essa vontade não morre... Logo agora, às 3 da manhã.
Obrigada por mais esse incômodo tão cômodo, porque ainda me faz bem encontrar os seus olhos quando tento fechar os meus. Ainda escuto sua voz carregada de ar e de risos cantarolando mal por aí. Eu sei que sou só minha, mas meus instantes mais sós são só seus. Algum tipo de desvio de caráter masoquista... É, pensando bem, ainda bem que você se livrou de mim. Eu também me livraria se tivesse a chance. Sendo muito honesta, eu merecia...Depois de ter abandonado alguns por aí sem o menor critério ou arrependimento, eu precisava provar como era. Aposto que agradeceriam por sua vingança, parabéns.

Ah esse seu instante...Só a madrugada não parece o bastante.
Por falar em bastar, eu tenho me odiado tanto...Não só por não te esquecer, apesar de todos os motivos mais que razoáveis para isso, mas por querer descontar no mundo o buraco que me foi aberto. Acho que é assim que tenho reagido. Nunca há ninguém engraçado o suficiente, cruel e irônico o bastante e nem tão carinhoso fora de hora como você. É, porque eu nunca sabia o que esperar dos seus carinhos, eles vinham tão repentinos e tão meus, que apesar das surpresas constantes, eu não me sentia desconfortável...
E, sabe, tenho estado com medo. Conhecer alguém é um processo muito desgastante, pareço não ter energia pra isso mais, (apesar, claro, da minha belíssima juventude vista aos olhos de terceiros), entende? Tornar-me íntima de alguém tem sido uma guerra de tantas batalhas perdidas, machucando alguns inocentes... Eu não quero dividir minha rotina, não quero alguém achando que me conhece ou supondo que eu retribuo algum sentimento. Todos que se aproximam um pouco mais de mim se tornam prepotentes, aos meus olhos, porque acham que podem tomar seu lugar. Pobres iludidos, eu sou uma bomba relógio. (Mais iludidos que eu?)

Mais saiba, que acada instante seu, dou mais voz à minha razão e fico mais intolerante.
Cuidado, sabemos que eu enjoo de tudo...
E sua hora me parece cada vez menos distante.

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