sexta-feira, maio 09, 2014

Revela, Releva.

Ah, meus dias de chuva. Dias de coração partido e inquietude.
Não há nada evidente, aparente. Nada que já não estivesse ali antes.
O corpo todo dói e não suporta a alma que abriga, 
que briga. A mesma velha culpa sem ter a quem culpar.
Perdoe mundo, pela inveja preconceituosa de quem encontrou o amor, encontrou paz de espírito e conforto em ser quem é. Perdão pela revolta que rasga o peito até tremer os dedos, sempre que encontro respostas vazias, nenhum argumento...E ainda sim, me calo. Curvar-me à ignorância alheia me dói como um incêndio no estômago e não me ergo... Sempre exausta, sabe-se lá do quê. 
Perdoa a falta de energia para dedicar ao amor, não vejo caminhos, não vejo cores e nem desfechos bonitos em ninguém. Se há ou não boa intenção, não me importa. É tudo muito o mesmo pra quem já nasceu no tédio. Ainda prefiro os silêncios.
Perdoa o excesso de cautela com desconhecidos e o excesso de desapego aos que convivo, é só o fascínio pelo novo, não dura. Perdoa o enjoo de quem me jura amor. A loucura de querer a aprovação de muitos, mas não amor de alguém. Não há traumas, corações partidos, nem juras desfeitas... É só desencanto. Involuntária, incoerente. É como ler o mesmo livro linear, monocórdio e longo a cada vez que penso em me envolver. Não há ao que recorrer.
E que diabo é isso? Será que a gente já nasce assim meio torto?
Ah, Deus, como eu queria...Como queria ser a pessoa que foge da chuva e enlouquece com a possibilidade da doença, com o incômodo da água no corpo, do vento gelado, mas se alegra ao sentir o toque da pessoa amada. 
Que diabo isso em mim de contemplar a chuva e correr quilômetros para me encharcar, para sentir o vento que me toca sem zelo, só para me sentir viva... 
Eu só tentaria amar alguém com gosto de chuva. 



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