quinta-feira, outubro 16, 2014

Subterfúgio n•1

Te perdôo por me temer
Por querer se perder de mim
Quando pôde reparar
Que nós dois
A dois
Poderíamos funcionar.

Te perdôo por fugir
Sem sequer se despedir
Eu sei, é de se assustar
Essa coisa de finalmente
Ser par
Sem ter que se abandonar.

Mas que direito tinha eu
De trazer fé ao peito (a)teu?
Vazio de tanta vida gasta
Com toda essa gente
Que passa
Pra nos fazer mais sós.

Te perdôo por nos sabotar
Pior que não colher
É ter medo de plantar...
Mas há de se considerar
Que gente inteligente
Não pára de pensar
Especialmente quando o peito diz:
É tudo simples,
Você consegue amar!
E por que é que insiste em tentar
A todo custo ser infeliz?

E a razão, a nossa motriz
Abortou a possível união
Nossa felicidade não pode ser essa
Plena, escancarada
Fazer barulho de gente apaixonada
Sem a segurança da solidão...

Vá, vai ser consternado
Continue só preso a você
Deleite-se com seu peito prostrado
Com nosso jeito de amar errado
Insistindo que não demonstrar
É bem melhor do que sofrer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário