Ai, desse aperto no peito...
Eu que me vire com a dor
Inocente, me entrego num beijo
Tua boca retruca:
"Tá bom, eu deixo!"
Usa teus lábios como um favor
"Cê" sabe, moço
eu não me engano
Só mais essa vez me faço enganada
Aceito o sorriso
como se fosse meu
Sabendo que de mim você não quer nada
De resto, o que resta
É o que inventei de nós
A sós, finjo comigo:
"Tá bom
Tá bem
Eu nem ligo,
tenho outros também..."
E em um "ninguém"
Desconto o castigo.
[E sabe? Acho graça
De na mesa farta
Eu me compor de migalhas,
querer ser o mendigo.]
Tudo bem,
Não-amor,
Tudo bem...
Você que se cuide comigo
-Ou sem mim-
O dueto é bonito
Mas eu não preciso.
-Ou talvez sim-
E pra criar monólogo
De amor doído
Eu meu garanto:
Meu coração é perito.
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